Um personagem pouco conhecido do primeiro título mundial do Brasil se chama Mário Trigo. Ele era o dentista da equipe que triunfou na Suécia em 1958 e acabou se tornando um dos responsáveis indiretos por aquela conquista. Sem tempo para fazer o tratamento dentário mais adequado a todos os atletas, reza a lenda que Trigo tratou os dentes de 33 jogadores na preparação do Brasil antes de disputar a Copa. A história conta que foram realizadas mais de 500 restaurações e 118 extrações nos atletas.
Verdade ou folclore, Trigo era adepto de uma teoria aprendida na então Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro) chamada “Repercussão à Distância”. Segundo ela, focos dentários debilitam todo o corpo. No caso de jogadores de futebol, isso se traduz em uma maior demora na recuperação de lesões.
Antônio Teixeira, dentista do Ceará Sporting Club e membro da Academia Brasileira de Odontologia do Esporte (Abroe), confirma a tese de que problemas dentários influenciam na recuperação de lesões em atletas de alto rendimento. “Quando se tem alguma infecção, ela pode protelar algum processo de lesão muscular. Caindo na corrente sanguínea, aquela bactéria da cárie pode fazer com que a lesão se potencialize ou tenha tratamento retardado”, afirma Antônio, ressaltando que a cárie em si não causa lesões e que o problema está nas consequências dessa cárie.
Posição dos dentes
Outro problema para atletas pode estar relacionado a uma má oclusão, que nada mais é do que uma má relação de posicionamento entre maxila e mandíbula podendo resultar em desequilíbrios na estrutura óssea.
“Uma má oclusão pode fazer com que o atleta respire mais pela boca e consequentemente, não tenha um condicionamento ideal. Um paciente com maior oclusão, pode ter ainda uma postura inadequada”, complementa o dentista do Ceará, relatando que sempre é feito um trabalho preventivo com os atletas do clube durante a pré-temporada. (João Marcelo Sena)
SERVIÇO
Atendimento Odontológico da UFC
Rua Monsenhor Furtado, s/n (por trás do Hemoce), bairro Porangabussu
Telefone: 3366 8401 (setor de triagem)
Matéria publicada no Jornal O Povo de 3 de abril de 2016 (Veja também no site do O Povo Online):