O Conselho Regional de Odontologia do Ceará (CRO-CE) viabilizou mais um Ciclo de Atualização das equipes de saúde bucal neste sábado (16/09). Em novo encontro no auditório do órgão, contando também com transmissão ao vivo pelas redes sociais, o evento tratou sobre o papel do profissional de Odontologia nos procedimento de harmonização orofacial (HOF).
O presidente do CRO-CE, Dr. Gládio Gonçalves Vidal, enfatizou a a importância do saber especializado para o bom desempenho profissional. "Por ser uma modalidade nova, ainda há muito o que discutir. A Odontologia é prática, mas é também ciência".
Professora e coordenadora do curso de pós-graduação em harmonização orofacial da Academia Cearense de Odontologia, Cíntia Braga ministrou a palestra abordando o papel estratégico do dentista nos procedimentos estéticos da face. Introduziu, em seu discurso, um panorama histórico sobre o assunto, tratou a respeito das possibilidades terapêuticas e convidou a advogada especialista em direito médico e odontológico, Júlia Almeida, para responder a perguntas sobre questões legais envolvendo a pauta.
"Temos diversas áreas da saúde que podem executar procedimentos estéticos, mas infelizmente não temos muitos locais que forneçam uma formação consistente. Então acabamos vendo muitos procedimentos estéticos inadequados", pontua Cíntia.
A colocação também completa outro aspecto pontuado pelo presidente do Conselho. "A harmonização é uma área que deve ser tratada com o máximo de responsabilidade. As pessoas que militam nessa área entendem a complexidade disso e o Conselho é vigilante no sentido de proteger o bom profissional assim como a sociedade, que é o que o Estado nos delega a fazer".
Segundo a advogada especialista em direito médico e odontológico, Júlia Almeida, para o profissional de Odontologia ser reconhecido como especialista na área, é necessário seguir a regulamentação do Conselho. "Não é porque você fez um curso reconhecido pelo Ministério da Educação que você é necessariamente especialista", esclarece.
A procura por procedimentos estéticos, segundo pesquisa da Sociedade brasileira de Odontologia, aumentou 390% entre 2014 e 2016, quando o tópico da harmonização facial começou a ganhar destaque público. O Brasil é o segundo país onde mais se realiza o procedimento, sendo superado apenas pelos Estados Unidos.
"Existem, de certa forma, padrões de beleza. Juntamos parâmetros qualitativos de cefalometria com uma avaliação subjetiva, porque o que consideramos belo está muito ligado à nossa cultura", pontua ainda a palestrante.
A harmonização orofacial é normalizada pela Resolução 198/2019, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), e complementada pela Resolução 230/2020. A partir desses dispositivos, a modalidade foi reconhecida como especialização no campo da Odontologia.