Na tarde desta segunda-feira, 8 de maio, o Conselho Regional de Odontologia realizou, em seu stand no Congresso Internacional de Odontologia, manifestação contra o ensino à distância na graduação odontológica.
Com o apoio de entidades como a Associação Brasileira de Odontologia no Ceará (ABOCE), e presença do Conselho Federal de Odontologia, o CRO-CE enfatizou a sua opinião em desfavor de cursos de EAD na graduação de Odontologia, em discussão no Ministério da Educação.
Todos os representantes das instituições de ensino superior presentes destacaram sua posição em concordância com o que defende o CRO-CE: graduação de odontologia em sua maior parte ou totalidade presencial.
A prática do ensino à distância tem sido uma realidade no país que ganhou força após a pandemia.
Embora seja vista como uma maneira de levar a educação para mais pessoas, com mais facilidades, para algumas áreas ela é inviável, pela necessidade do acompanhamento prático das atividades discentes e da vivência presencial em suas diversas nuances. A odontologia é uma destas áreas.
"A manifestação de hoje envolveu estudantes, profissionais e faculdades na defesa do ensino presencial na graduação odontológica. Qualidade na graduação é o melhor caminho para entregarmos um bom serviço e protegermos a sociedade”, ressaltou o presidente do CRO-CE, Gládyo G. Vidal.
Posição do CFO
No último mês de abril, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) realizou o I Fórum Nacional Contra a Modalidade de Educação à Distância (EaD) na Odontologia, em Brasília-DF.
O encontro reuniu diversas entidades em manifestação contrária à oferta de cursos de Odontologia na modalidade EaD.
Na ocasião, para sinalizar o desacordo com o tema os participantes, dentre eles os 27 Conselhos Regionais, assinaram uma Nota Pública afirmando: “A EaD, enquanto modalidade de oferta, não deve ser aplicada aos cursos de graduação em Odontologia, porque o desenvolvimento de diversas competências, incluindo as que requerem a obtenção de habilidades manuais, exigem que o curso de Odontologia seja majoritariamente prático, pois o egresso exercerá funções de anestesista, cirurgião e prescritor, que não podem prescindir do contínuo e progressivo contato com pacientes, sempre supervisionados por docentes. Além disso, a formação pré-clínica na Odontologia é procedimental e não observacional, com vistas ao desenvolvimento de habilidades motoras previamente às práticas clínicas, indispensável para preparar o estudante para os estágios curriculares obrigatórios”.